O golpe pode ser antigo, mas demonstra enorme vitalidade. A venda de dificuldades, em meio a ameaças expressas ou veladas de extorsão, pode sim render muitas facilidades. Milhões delas, para ser mais exato. Que o diga Wladimir Costa, o dublê de bailarino e vocalista de brega music e, nas muitas horas vagas, ocupante paraense de uma cadeira na Câmara Federal. O propalado acordo de retirada de sua pré-candidatura a prefeito em Barcarena, um dos principais pólos metalúrgicos do país, a 123 quilômetros da capital, teria rendido exatos R$ 3 milhões à vista, mais a promessa de receber, quando da eventual vitória do empresário Antônio Carlos Vilaça, candidato a prefeito pelo nanico Partido Social Cristão (PSC), mais R$ 1 milhão, além de um número não especificado de cargos de confiança na prefeitura.
Antônio Carlos Vilaça é mineiro de Conselheiro Pena e está no Pará há quase quatro décadas. Hoje, ele comanda um promissor império empresarial - Rodoviário Vilaça, A.C. Vilaça Empreendimentos, Minas Norte Empreendimentos e G.V. Factoring -, detentor de grandes contratos de prestação de serviços à Vale do Rio Doce, que rende um faturamento anual de R$ 40 milhões e emprega cerca de 1200 funcionários. Após alcançar sucesso no mundo dos negócios, faltava apenas retirar uma pedra de seu caminho, já que vinha sendo atacado, sistemática e diariamente, pela rádio Metropolitana FM, uma das muitas concessões que o deputado Wladimir Costa (PMDB-PA) possui no Estado. Ao que tudo indica, a tal pedra virou pó.
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