domingo, 1 de junho de 2008

Guerra no campo

Cresce o clima de tensão entre as dezenas de famílias que reocuparam parte do complexo da Fazenda Forkilha, em Santa Maria das Barreiras, sudeste do Pará. Vôos rasantes de helicópteros da polícia e intensa movimentação de tropas demonstram que a ação de despejo é apenas uma questão de tempo.
Organizados pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP), movimento de ultra-esquerda sediado em Minas Gerais, Rondônia, Tocantins e, agora, também no Pará, os pequenos agricultores prometem resistir e denunciam que grande parte das fazendas teria sido adquirida através de meios fraudulentos.
Em novembro passado, o governo do Estado promoveu ampla operação policial na região, denominada ironicamente de "Paz no Campo", prendendo dezenas de trabalhadores e desocupando, com violência, as áreas da Forkilha que estavam há meses sob o controle de diversos acampamentos e grupos, inclusive da Liga dos Camponeses Pobres. Na ocasião, o bispo de Conceição do Araguaia, dom Dominique You, denunciou a prática de tortura que teria sido praticada pela PM, sem que até o momento ninguém tenha sido responsabilizado por esse crime.
O complexo da Fazenda Forkilha ocupa área de 3.500 alqueires e, desde a década de 90, freqüenta o noticiário com denúncias de trabalho escravo, grilagem de terras públicas e assassinatos de posseiros.

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