Ainda há muito a se investigar sobre as circunstâncias que levaram o governo Lula a autorizar a controvertida venda de um Supertucano da Embraer, por US$ 4,5 milhões, para uma subsidiária da norte-americana Blackwater, empresa de mercenários que atua fortemente na guerra do Iraque. O ministro Nelson Jobim (Defesa), depois de vários dias em silêncio, resumiu laconicamente à BBC Brasil que "essa questão da venda da Embraer foi aprovada em 2006". Pois bem, resta saber os motivos para que tal autorização fosse concedida em claro desrespeito ao princípio constitucional de não-intervenção e de defesa da autodeterminação dos povos. De quem partiu o pedido? Da Casa Branca, principal financiadora dos mercenários da Blackwater? A que se deveu essa mudança de posição, já que o Brasil, desde sempre, firmara uma posição contrária à guerra de agressão ao Iraque?
O fato é que razões supervenientes levaram o País a sujar suas mãos com o sangue de civis iraquianos, diariamente executados pelos "soldados da fortuna", que inclusive gozam, pelas regras atuais da ocupação, de completa imunidade criminal e de irrestrita liberdade de ação em todo o território iraquiano. O povo brasileiro tem o direito de saber toda a verdade e lançar luz sobre o que pode revelar uma postura de subserviência inaceitável e absolutamente humilhante.
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