O noticiário político nacional está quente, quentíssimo. Milímetro a milímetro, disputam espaço na grande imprensa, marcada para sempre pelos traços de um moralismo de origem udenista, os mais novos escândalos de corrupção, atingindo os maiores partidos, democraticamente. Os tucanos e as enormes propinas distribuídas pela multinacional francesa Alston, que irrigava a horta dos governos paulistas desde Covas até Alckmim; tucanos e demos que se engalfinham numa guerra suja nos pampas, trazendo à luz o lado podre do esquema de arrecadação da campanha de Yeda Crusius, uma governadora que desde o início do mandato virou um zumbi político; e, como não poderia deixar de ser, o governo Lula e o PT se vêem arrolados num caso suspeitíssimo de tráfico de influência e incrível multiplicação patrimonial na venda da Varig e da Varig Log para um fundo de investimentos norte-americano e três sócios brasileiros, que mais parecem ter sido cultivados por hábeis mãos especializadas em fruticultura.
De tão generalizada, a corrupção – ou a reiterada suspeita de malfeitorias com dinheiro público – vai ganhando ares de novela. Aliás, de folhetim de péssima qualidade. Ao atingir de maneira quase uniforme todo o andar de cima, produz a impressão de ser um fenômeno natural, perfeitamente integrado à paisagem. Na impossibilidade de que todos se locupletem, a prometida instauração da moralidade pública vai se transformando num objetivo cada dia mais distante, quase utópico. Mas, como sempre, ainda há tempo. Resta saber quem se atreve a meter a mão nesse ninho de vespas ferozes com seus encardidos colarinhos brancos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário