Não é só no sul e sudeste do Pará que a distribuição de verbas da Reforma Agrária cheira mal. A total falta de fiscalização da dinheirama investida pelo governo federal (R$ 382 milhões, de 1998 até hoje, em valores não corrigidos), detectada pelo Ministério Público Federal e, agora, sob embargo da Justiça, é a regra que prevalece em todas as demais regiões. Quem quiser comprovar, não precisa ir muito longe. Basta visitar algum dos assentamentos em Garafão do Norte, nordeste do Pará, onde as famílias de sem-terra voltaram a morar em barracos de taipa, cobertos com palha, com receio de ver desabar sobre suas cabeças as precárias habitações construídas com recursos liberados pelo Incra.
Assombrosos esqueletos surgirão, ameaçadores, se uma auditoria séria revolver as gavetas do Incra no Pará, sobretudo sobre o misterioso destino dos muitos milhões de reais investidos em infra-estrutura dos projetos de assentamentos, transformados em verdadeiras favelas rurais.
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