A ilusão de que o Brasil está blindado aos efeitos da crise econômica global que se avoluma é algo recorrente e sempre freqüentou os tranqüilizadores discursos da equipe econômica. Os tempos são outros só na aparência, o que torna a sensação de déjà vu inevitável. Feche os olhos e tente imaginar que ao invés de Guido Mantega o discurso está sendo recitado por Gustavo Franco, Pedro Malan ou qualquer outro integrante do time dos bons-moços do mercado. Ainda assim a tese de que ficaremos imunes aos desatinos da economia globalizada permanece tão inalterada quanto fantasiosa. A onda está chegando e seus efeitos logo se tornarão visíveis.
O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu ontem (17), que poderá haver "alguma saída de capitais externos". Isso, como se sabe, é só o começo.
Mais sincero foi o ex-presidente do Banco Central dos Estados Unidos, Alan Greenspan, ao afirmar em editorial publicado no "Financial Times", que esta é a mais grave crise desde a Segunda Guerra Mundial. Impossível acreditar que uma economia com as características de dependência como a brasileira vai passar incólume do terremoto que se insinua por entre rachaduras na outrora imbatível economia norte-americana.
Diante do choque inevitável, que tal apertar os cintos de segurança e verificar se os airbags estão mesmo em funcionamento?
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terça-feira, 18 de março de 2008
Economia blindada? A tormenta está chegando
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