quinta-feira, 27 de março de 2008

Gorou

A Vale jogou a toalha: a compra da Xstrata esbarrou na decisão da Glencore, que controla a mineradora anglo-suíça, de não abrir mão do direito de atuar como intermediária na venda dos minérios, o que corresponderia a manter o controle sobre um naco fundamental da parte logística do negócio. Foi, assim, para o espaço (pelo menos por enquanto) uma transação de U$ 90 bilhões, que tornaria a Vale a maior mineradora do mundo.
Talvez não por coincidência, após o anúncio deste fracasso comercial, a Vale parece ter diminuído sua disposição de investir no projeto de uma siderúrgica no Pará, solenemente anunciado pela governadora Ana Julia (PT) há poucas semanas. Ganha novamente relevo na fala de Roger Agnelli, principal executivo da empresa, a pré-condição de que o governo – sempre ele – realize os investimentos em infra-estrutura, sem os quais a idéia de uma usina para fabricar placas de aço corre o risco de permanecer no papel ainda por um largo período.
Será que essa montanha de promessas e discursos solenes vai acabar parindo um inofensivo ratinho?

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