quinta-feira, 27 de março de 2008

Tum, tum, tum

Quem quiser sentir o cheiro e as cores, captar a alma mais profunda, mergulhar no torvelinho de séculos de história resistência e saborear as delícias e os sabores do povo paraense, sabe muito bem onde pode encontrar tudo isso. Basta colocar os pés no Ver-o-Peso, eternos em seus 381 anos, comemorados nesta semana.
A feira, "este bulício, o amontoado de canoas, dos mariscos, da farinha, aquela gente que se acotovela e fala sem cessar...", na palavra do mestre Ernesto Cruz (História de Belém, 1973, p.228), é o coração exposto de Belém, síntese cotidiana da pujança cultural da cidade do Pará, como se dizia nos tempos pretéritos.
Um parêntese: qual a data exata de seu "nascimento"? A provisão Régia que concedeu a "renda do Ver-o-Peso" à Câmara de Belém foi assinada em 16 de março de 1688, mas foi registrada nos Livros do da Secretaria do Conselho Ultramarino, a folha 20, em Lisboa, no dia 26 de março do mesmo ano. Essa boa notícia só chegaria ao Senado da Câmara de Belém alguns meses depois, no dia 30 de setembro. Muitos aniversários para um marco perene da vitalidade da cidade que se entrega, a cada alvorecer, à volúpia do rio e de suas gentes.

2 comentários:

Anônimo disse...

Aldenor,

Só mesmo indo ao Ver-o-Peso para ver, e sentir, de perto tudo de bom que vem daquele espaço. Faz um bem danado na alma da gente: pelo que oferece, para se compar ou mesmo contemplar; pela nossa gente, feirantes, frequeses e, também, os turistas que ainda pintam por lá. Esse vai-e-vem é eletrizante, gostoso mesmo.
Desde o amanhecer até a viração do dia-a-dia.
Aproveito para parabenizá-lo pelo Blog: os assuntos, a abordagem e a defesa dos seus pensamentos, mesmo quando não se concorda com eles.
Uma coisa é certa e muito importante: sempre se tem aqui uma boa leitura.

Orly Bezerra

Aldenor Jr disse...

Caro Orly, o Página Crítica pretende ser o espaço de encontro de pensamentos diferentes, fomentando um diálogo aberto, respeitoso e sem qualquer tipo de preconceito. O debate e a reflexão livres são exigências de um momento marcado por desafios e impasses de enorme significado. Por isso, seja bem-vindo e volte sempre.