Plenário cheio, enquanto a base aliada e a oposição votavam ontem à noite, por acordo, o Orçamento da União para 2008, com parlamentares se revezando na tribuna numa sucessão de discursos ocos, operava-se uma maldade contra as populações indígenas do Brasil. A tesoura do Congresso cortou fundo nas verbas destinadas à saúde indígena, de infra-estrutura de saneamento básico em aldeias e - pasmem - de demarcação e regularização dos territórios indígenas. A perda alcançou pelo menos R$ 106,56 milhões, 16,5% a menos de recursos do que o anunciado em agosto de 2007 no Projeto de Lei Orçamentária.
Os dados são do especialista Ricardo Verdum, assessor de Políticas Socioambiental e Indígena do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos).
Entrementes, no Brasil real, crianças do povo Guarani-Kaiowa, no Mato Grosso do Sul, morrem de forme e dezenas de nações indígenas, em especial na Amazônia, continuam ameaçadas pelo avanço das frentes de destruição impulsionadas pela ganância de mineradores, madeireiros e pecuaristas.
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