Não foi um bom conselho, sem dúvida, o que a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, trouxe ao Brasil, em sua visita ontem. A doutrina Bush de resolução dos conflitos pela força e pelo aplastamento dos países mais fracos é a própria negação do direito internacional. Numa palavra, a velha diplomacia do porrete em sua versão high tech e adaptada aos ditames do complexo industrial militar norte-americano.
"As fronteiras são importantes. Mas não podem ser usadas como um esconderijo de terroristas", disse uma sorridente Rice, que faz um périplo pela América Latina logo depois da crise deflagrada pela invasão da Colômbia em território equatoriano. A arrogância do governo Álvaro Uribe quase levou a um conflito bélico na América do Sul. O giro sul-americano da chanceler estadunidense tem como objetivo vir em socorro da posição de Uribe, que ficou praticamente isolado no episódio.
Numa situação hipotética, qual seria a reação dessa expoente dos neocons se algum país resolvesse invadir o território norte-americano à caça de supostos terroristas? Responderiam com todas as armas de guerra que têm a sua disposição, certamente.
O Brasil, com sua diplomacia de bons modos e sem qualquer interesse de fazer contraste explícito com os Estados Unidos, acabou dando o palanque que Rice precisava para continuar sua pregação belicista. Uma pena. Um país das nossas dimensões e responsabilidades não precisa se apequenar diante das bravatas dos falcões do Pentágono.
2 comentários:
Aplastamento é ótimo, Aldenor.
Fui no Google ( apenas 417 referencias) pra entender.
Ótimo post, como sempre tem sido por aqui.
Bom final de semana.
Caro Juvêncio, mestre da Blogosfera,
Sua visita confere uma qualidade especial ao Página, terreno que tem a pretensão de se tornar fértil para o debate livre de idéias. E, às vezes, também um garimpo de palavras meio fora de uso.
Um ótimo final de semana e um forte abraço desse leitor obsessivo do Quinta.
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