O que já se suspeitava agora aparece revelado em matéria exclusiva da Folha de São Paulo, assinada pelos jornalistas Leonardo Souza, Andreza Matais e Marta Salomon: partiu de Erenice Alves Guerra, alta funcionária da Casa Civil e braço-direito da ministra Dilma Roussef, a ordem para a montagem, no próprio Palácio do Planalto, do dossiê contendo dados sigilosos sobre os gastos do ex-presidente Fernando Henrique e de seus auxiliares diretos e familiares.
5 comentários:
E qual é o problema de se saber como eram os gastos no governo FHC? Reunir dados de contas públicas e organiza-los como informação não é crime.
Das 08:01,
A questão é saber se os dados estavam ou não cobertos pelo sigilo. Aliás, sigilo que provavelmente não se justifique, mas que por isonomia deveria cair também para os gastos do presidente Lula, não acha?
É uma falsa polêmica. Funcionários públicos que lidam com dados sigilosos estão obrigados por dever de ofício a mantê-los em sigilo. Penso que o problema está quando se tem conhecimento de fatos ilegais e racionalmente os mantem ocultos, protegendo a quem os comete.
É obrigação do governo fiscalizar a si e também os atos do anterior.
Quanto a quebrar o sigilo dos gastos com segurança da Presidência da República é outro assunto irrelevante. O TCU já os auditou, e não viu qualquer irregularidade.
Contudo, é de interesse da oposição por as mãos nos dados apenas para servir na festinha particular financiada pelo PIG (Partido da Imprensa Golpista).
Das 13:22,
A questão é justamente essa:se os dados eram sigilosos como é que se explica terem chegado à Veja?
Ficou evidente que o governo tinha interesse em utilizar essas informações - que podem trazer algum indício de irregularidade - como arma de pressão contra o bloco PSDB-DEM. A tática era mais ou menos a seguinte: se me investigas, te investigo também.
Alguma coisa parece ter dado errado e o dossiê - ou relatório, tanto faz - escapuliu para as hostes adversárias. Estava feito o escândalo.
Sobre o tal PIG, bem, são comensais sobejamente conhecidos e que frequentam as mesas fartas do poder há décadas. Nos últimos anos, inclusive, muitos deles continuam muito bem servidos pelo atual esquema de poder. Tudo isso não diminui em muitos desses potentados da mídia os ranços de classe e os ancestrais preconceitos contra o de baixo, mesmo quando um representante destes está no poder implementando um programa (em linhas gerais) que não rompe com os status quo, antes serve para reforçá-lo.
É notável a utlização do "dois pesos, duas medidas" pela militância política brasileira: quando se divulga algum deslize do governo FHC, a oposição esbraveja, o senhor Artur Virgílio baba como cão hidrófobo. Quando querem abrir as contas absurdas do governo Lula, a hidrofobia vem do ministro Tarso Dutra. Pois seria interessante, para o contribuinte, que esse sigilo espúrio fosse aberto e acabasse de vez por todas a farra com o nosso dinheiro. Ninguém elege governante para sustentar o luxo de sua família. Deixar de prestar conta disso é desrespeito ao eleitor.
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